De acordo com Maria Gilva, o marido dela trabalha em São Paulo como operário, e um mês por ano visita Kildare em Surubim. No restante do tempo, mãe e filho ficam em casa, e não saem. “Ele tem espasmos frequentemente, se treme todo. Não posso sair de casa nem contratar ninguém para ficar com meu filho, pois gasto mais de R$ 1,3 mil com remédios, alimentação e fraldas para ele. Ele toma muitos remédios, além de alguns que ele precisa passar no corpo, pois tem ferimentos constantes nas articulações”, aponta a professora. Quando a reportagem da Folha de Pernambuco visitou a casa da família, na semana passada, Kildare havia sofrido convulsões há poucos minutos. De acordo com Maria Gilva, o menino não consegue falar, e sua respiração piora nesses momentos.
A tentativa junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em 2003, foi negada. Baseado no artigo 20 da Lei 8.742/93 - a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) - e no Decreto 1.744/95, o órgão alegou que não poderia conceder o benefício porque a renda per capita da família é igual ou superior a 25% do salário mínimo (que equivale, atualmente, a R$ 136,25). A decisão revoltou Maria Gilva. “‘Botei’ na Justiça, mas a juíza não quis nem fazer audiência, porque não seria possível conceder o direito de receber pensão. Mas conheço gente que recebe o benefício e me pergunto: como? Mentiram? O nome disso é cambalacho. Não precisa ser muito inteligente para saber que a mãe que recebe essa pensão está mentindo nesses casos”, atacou.
Mesmo diante de tantas dificuldades, a professora continua tentando receber alguma ajuda de custo para cuidar do filho. Ela assegura que não desanima, pois tem um objetivo maior que qualquer outro na vida: cuidar do filho. “Esse menino nasceu para ser filho de rico. Quando ele nasceu, passei oito anos morando de favor, e agora temos nossa casinha. Mesmo que não tenhamos tanto dinheiro assim, faço o que posso por ele, não saio de perto. Vivo para meu filho. Amor de mãe é isso mesmo”, conclui Maria Gilva.

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