Canção do Exílio
Poema escrito por Gonçalves Dias em 1843:
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite –
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
CONHEÇA UM POUCO SOBRE O AUTOR.
Gonçalves Dias (1823-1864) nasceu em Caxias, no Maranhão. Primeiro poeta autenticamente brasileiro, na sensibilidade e na temática, e das mais altas vozes de nosso lirismo. Iniciador da corrente indianista, projetou-se como um dos maiores representantes do romantismo no país. Bacharel pela Universidade de Coimbra, em 1844, instalou-se no Rio de Janeiro, em 1846, dedicando-se ao jornalismo e ao magistério. Na Europa, de 1854 a 1858, publicou os quatro cantos iniciais de “Os Timbiras” e lá iniciou um tratamento médico. Morreu em um naufrágio, quando regressava ao Brasil.

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