sexta-feira, 20 de maio de 2011
Dilma faz reunião de emergência para blindar Palocci.
BRASÍLIA (Folhapress) - A operação de blindagem do ministro Antonio Palocci (Casa Civil/PT) teve como quartel-general, ontem, o Palácio do Alvorada, residência oficial da presidente Dilma Rousseff. Palocci foi chamado pela presidente para discutir a crise gerada no governo a partir da revelação, pela Folha de S.Paulo, de que ele, quando deputado federal, multiplicou por 20 o seu patrimônio e comprou, em nome da empresa de consultoria Projeto, um apartamento e um escritório no valor de R$ 7,5 milhões. Palocci chegou ao Alvorada ainda de manhã e só saiu no início da noite. Junto da presidente, o ministro se reuniu com os colegas Guido Mantega (Fazenda) e José Eduardo Cardozo (Justiça/PT).
A reunião ocorreu durante a tarde e durou cerca de duas horas. O encontro não constou da agenda oficial da presidente. Depois do encontro, o Ministério da Fazenda divulgou nota oficial para negar que o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), subordinado à pasta, tenha comunicado à Polícia Federal que a Projeto havia feito uma operação financeira suspeita na compra de um imóvel, como afirmou reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”, anteontem. Em seguida, foi a vez de a Polícia Federal divulgar nota no mesmo sentido.
Além do titular da Casa Civil, outros cinco ministros também comandam consultorias. Tratam-se de Fernando Bezerra Coelho Coelho (Integração Nacional/PSB), Leônidas Cristino (Portos/PSB), Morerira Franco (Assuntos Estratégicos/PMDB), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Comércio e Indústria), bem como José EduardoCardozo.
“Em nenhum momento a Projeto recebeu qualquer comunicação do Coaf e desconhece qualquer procedimento do órgão em relação à empresa”, afirma texto produzido pela empresa de comunicação FSB, contratada para conter a crise desencadeada pela evolução patrimonial do ministro. A nota afirma ainda que as atividades da empresa foram feitas “estritamente dentro do marco legal, respeitando limites éticos e exigências de informação por parte dos órgãos de controle”. A Folha de S.Paulo revelou que o ministro multiplicou por 20 seu patrimônio entre 2006 e 2010. No período, ele adquiriu dois imóveis pela Projeto - um apartamento de luxo em São Paulo no valor de R$ 6,6 milhões e um escritório na mesma cidade por R$ 882 mil.
Em mensagem enviada a deputados e senadores, a Casa Civil justificou o aumento do patrimônio lembrando ex-ministros da Fazenda e ex-presidentes do Banco Central que se tornaram “banqueiros” e “consultores de prestígio” depois de passar pelo governo. A mensagem dizia que nada impedia Palocci de manter a consultoria durante seu mandato de deputado.
Fonte: http://www.folhape.com.br/index.php/caderno-politica/638625?task=view
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário