BRASÍLIA (AE) - A oposição não dará descanso ao ministro da Casa Civil, Antonio Palocci (PT). O PPS pediu, ontem, formalmente ao Ministério Público a abertura de investigação, com ajuda da Polícia Federal, para apurar suposta prática de crime pelo petista, diante do crescimento de seu patrimônio pessoal. Também ontem, uma comissão de deputados do PSDB protocolou, junto ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), no Ministério da Fazenda, um pedido de esclarecimentos sobre eventuais investigações relativas a transações bancárias realizadas pelo ministro, ou pelas empresas das quais ele é sócio. O PSOL apresentou requerimento de informações para que o ministro explique que tipo de consultoria sua empresa oferece e quais foram os seus clientes.
As indagações se referem a movimentações de valor acima de R$ 100 mil, que são alvo de monitoramento por parte do órgão. Segundo o líder do PSDB na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP), também foram pedidas informações sobre eventuais procedimentos administrativos para investigar o ministro, que já tenham sido arquivados. “O Coaf pode até alegar que essas informações estão protegidas por sigilo, mas pode também informar, ao menos, se houve investigação. Dependendo da resposta, vamos dar sequência às nossas indagações”, afirmou.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou que a oposição precisa ter serenidade e firmeza nos pedidos de esclarecimentos. Para o mineiro, não há interesse em “desestabilizar o governo”. “É preciso, e eu acho que o próprio ministro tem interesse nisso, que se saiba quais os serviços foram prestados, quais empresas fizeram a contratação. Mas vamos aguardar com serenidade. Não é nosso interesse criar um movimento de desestabilização do governo”, afirmou. O tucano disse ter “muito respeito” por Palocci e destacou que não há vedação legal de que ele atuasse como consultor enquanto era deputado federal.
DEM
O líder do DEM, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), incluiu o presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, Sepúlveda Pertence, no requerimento de convocação de Antonio Palocci, para depor na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara. A comissão presidida por Pertence decidiu não apurar a evolução patrimonial do ministro. O requerimento deverá ser votado na reunião da comissão, hoje.
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